“A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, MENTAL e social.”* A partir dessa afirmativa entendemos que o equilíbrio, que nem sempre é propício em um ambiente hospitalar, pode e deve ser almejado pelas equipes assistenciais de saúde. Para tal, além de médicos, enfermeiros, técnicos e toda uma gama de profissionais voltados à saúde física do paciente, a presença de Psicólogos no cuidado com a saúde mental e psicológica é igualmente necessária e importante na rotina hospitalar.
Hoje, dia 27 de agosto, é comemorado o Dia do Psicólogo; dia que a Psicologia foi regulamentada no Brasil pela Lei 4.119/62, que dispõe sôbre os cursos de formação em psicologia e regulamentação da profissão de psicólogo.
Em comemoração a data, as psicólogas Miria Ribeiro e Monique Magalhães, da equipe de psicologia do HMMR, realizaram com o apoio e participação da direção geral, direção médica e chefia obstétrica, apresentações pelos setores de assistência da unidade.
O evento teve início na última terça-feira (25) e será encerrado amanhã (28) com apresentações que trazem o tema: “Práticas psicoterápicas no contexto hospitalar de maternidade: Experiências e narrativas no Hospital da Mulher Mariska Ribeiro” e tratam assuntos como: a maternidade como um espaço imaginário onde idealizações e frustrações se cruzam; as atividades de atuação do Psicólogo; demandas atendidas pelo Setor de Psicologia.
O Departamento de Comunicação, conversou com nossas primorosas profissionais, sobre sua formação e experiências e pôde reconhecer quão rico e plural é nosso ambiente de trabalho.
Monique é a “caçula” do Setor, graduada em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense e pós-graduada em Neuropsicologia..
Miria, responsável pelo Setor, graduada em Psicologia, Especialista em Terapia de Família pela PUC RJ, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, atualmente faz especialização em Neuropsicologia do Instituto Brasiliense de Neuropsicologia.
Tem quatro livros publicados: “Mulheres tem medo de quê?” Retratos de família, “Jogue fora entulho da sua vida” e “Sem passar pela vida em branco”. Em sua trajetória acadêmica tem artigos publicados também no portal do Scielo e numa revista de periódico da Universidade Paris.
Em nossa conversa foi descrita como atividades principais do profissional de psicologia, o acolhimento, a escuta e a adequação emocional e psíquica do indivíduo. O profissional ouve, acolhe e acompanha com “Abordagens e estratégias que ajudam o indivíduo a se sentir mais confortável diante uma situação de conflito”.
Indivíduo que no ambiente hospitalar passa a ser o paciente, que está fora de seu contexto familiar, onde o psicólogo se dispõe a dar assistência aquele que apresente algum sofrimento advindo dessa internação. O trabalho do psicólogo dentro do ambiente hospitalar é, além de ouvir o paciente e acolher a demanda dele, intervir de forma pontual. Não dispondo do acompanhamento a longo prazo, mas disponível a auxiliar na questão dele do momento, normalmente relacionada à doença ou a perda.
No contexto de maternidade, que normalmente é vista como um lugar de vida e nascimento, ajudar pacientes na aceitação da frustração é parte do trabalho do psicólogo. Diagnósticos desfavoráveis e/ou situações adversas com desfechos diferentes do planejado tornam o Psicólogo um profissional imprescindível para o suporte emocional às pacientes.
Por fim, vemos também o Psicólogo como aquele disposto a cuidar também da comunidade hospitalar. Porque pacientes e profissionais experimentam, em posições diferentes, da mesma necessidade de acolhimento e escuta neste ambiente.
* Sobre este tema, remete-se o leitor ao livro: Donnangelo, Cecilia. Saúde e sociedade. São Paulo, Duas Cidades, 1979.
Texto e imagens: Claudia Gomes